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CNA vai ao Supremo contra importação de arroz

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou, na segunda (3), uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do governo federal de autorizar a importação de arroz.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da CNA pede, entre outras medidas, a suspensão do primeiro leilão público da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na quinta (6), para a compra do cereal importado e pede explicações ao governo sobre a medida.

A importação, de acordo com a entidade, vai afetar uma cadeia produtiva “com potencial de desestruturá-la, criando instabilidade de preços, prejudicando produtores locais de arroz, desconsiderando os grãos já colhidos e armazenados, e, ainda, comprometendo as economias de produtores rurais que hoje já sofrem” com a tragédia e com os impactos das enchentes.

A entidade questiona a constitucionalidade das normas referentes ao tema (duas medidas provisórias, duas portarias interministeriais e uma resolução do Comitê Gestor da Câmara de Comércio Exterior).

Estes normativos preveem a importação de até um milhão de toneladas do produto.

As medidas foram anunciadas pelo governo sob o pretexto de garantir o abastecimento interno, diante dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, principal produtor do cereal.

Na ação, a CNA ressalta na ação que 84% da área plantada do Estado foi efetivamente colhida antes do início das chuvas e destaca que não existe o risco de desabastecimento.

“Dados realistas do setor indicam que a safra gaúcha de 2023/2024 foi de aproximadamente 7,1 milhões de toneladas de arroz, patamar aproximado ao volume colhido pelo Estado na safra 2022/2023 que foi de 7,239 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga)”, reforça a CNA.

Na ação, a CNA diz que os produtores rurais, especialmente os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, “nunca foram ouvidos no processo de formulação dessa política de importação do cereal”.

“Não só os sindicados locais, mas também a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e a própria CNA detém informações técnicas relevantes e dados de produção e colheita do arroz que demonstram que o risco de desabastecimento não existe e que a política de importação do arroz se revelaria desastrosa e contrária ao funcionamento do mercado.”

O fato do governo de não ter planejado a medida de importação do arroz com a participação do setor produtivo é uma das razões “que levou aos equívocos de diagnóstico da situação, bem como à incapacidade de se identificar com precisão onde estariam os gargalos que poderiam suscitar investimentos imediatos”.

A entidade alerta, ainda, que a importação do arroz viola a Constituição e se revela uma medida abusiva de intervenção reprovável do Poder Público na atividade econômica, restringindo a livre concorrência.

Por último, aponta a CNA, “o arroz produzido e colhido pelos produtores rurais gaúchos certamente sofrerá com a predatória concorrência de um arroz estrangeiro, subsidiado pelo Governo Federal e vendido no Brasil fora dos parâmetros econômicos de fixação natural de preços”.

“Além disso, embora o produtor rural gaúcho ainda esteja obrigado à certificação de conservação e armazenagem do arroz, bem como às exigências sanitárias do produto agrícola, o arroz vindo do exterior não se submeterá a tais exigências, condição facilitada essa que desequilibra a competição em favor do produto estrangeiro”.

Fonte: CNA

24/02/2021 - Cascavel, colheita de Soja

Com colheita antecipada, venda da soja cresce 53% no Paraná

O volume da venda de soja no Paraná cresceu 53% no quadrimestre encerrado em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado.

A informação consta no boletim conjuntural do Deral (Departamento de Economia Rural), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

Em quatro meses, a venda da soja movimentou US$ 2,5 bilhões, o que representa uma alta de 20% na comparação com o primeiro quadrimestre de 2023.

A explicação para o aumento é a colheita antecipada da última safra. Consequentemente, as vendas começaram mais cedo também.

Por isso, segundo o Deral, a tendência é que os embarques diminuam nos próximos meses.

Fonte: BandNews Foto: Gilson Abreu/AEN

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Mercado eleva previsão da inflação para 2024

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve elevação, passando de 3,8% para 3,86% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (27), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2025, a projeção da inflação também variou de 3,74% para 3,75%. Para 2026 e 2027, as previsões são de

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.

Em abril, pressionada pelos preços de alimentos e gastos com saúde e cuidados pessoais, a inflação do país foi 0,38%, acima do observado no mês anterior (0,16%), mas abaixo do apurado em abril do ano passado (0,61%). De acordo com o IBGE, em 12 meses, o IPCA acumula 3,69%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas fizeram o BC diminuir o ritmo do corte de juros, que vinham sendo de 0,5 ponto percentual, para 0,25 ponto.

Além disso, com as expectativas de inflação acima da meta e, em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente, o Copom decidiu não prever novos cortes na Selic.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 10% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9% ao ano, se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano permaneceu em 2,05%.  Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.

Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.

A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,05 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique no mesmo patamar.

Fonte: Agência Brasil/Luis Roberto Toledo Foto: Divulgação

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Agricultura 4.0 marca “nova era”

A agricultura tradicional, caracterizada pela intuição e trabalho manual, deu lugar ao Agronegócio 4.0, marcando uma nova era na qual tecnologias digitais são integradas em todas as fases, desde o planejamento até a comercialização. Essa mudança impulsiona a produção por meio de dados e tecnologia, resultando em maior eficiência, sustentabilidade e competitividade.

Além disso,segundo Rodrigo Ribeiro, Sales Director, da NTT DATA, ela traz benefícios econômicos e sociais, como aumento da produtividade, criação de empregos qualificados e redução do impacto ambiental. A coleta e análise de dados são fundamentais nesse processo, com sensores, drones e máquinas agrícolas gerando informações sobre solo, clima, saúde das plantas e operações, fornecendo insights cruciais para decisões mais precisas e eficientes.

Softwares e plataformas digitais integram dados agrícolas, criando painéis de controle com informações em tempo real sobre a lavoura, permitindo monitoramento preciso da produção e análise preditiva para prever problemas. A conectividade em tempo real facilita a tomada de decisões. No entanto, desafios como infraestrutura inadequada afetam o transporte eficiente dos produtos agrícolas em um país de grandes dimensões. Investimentos públicos têm gerado resultados positivos, mas mais é necessário para atender à crescente demanda de exportação.

Com a transição para o Agronegócio 4.0, onde tecnologias digitais são integradas em todas as etapas da produção agrícola, a logística intermodal eficiente torna-se essencial. A coleta e análise de dados são fundamentais, proporcionando insights valiosos para decisões precisas. Essa revolução digital não só aumenta a produtividade e a sustentabilidade, mas também redefine a operação do setor, preparando o cenário para uma logística mais ágil e competitiva. A adoção dessas tecnologias traz benefícios como aumento da produtividade, sustentabilidade e redução de custos, contribuindo para uma produção de maior qualidade.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Divulgação

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RS deve perder até 2 milhões de toneladas de soja devido a inundações

Segundo o boletim do BTG Pactual, o Rio Grande do Sul (RS) deve representar 15% da produção nacional de soja na safra 2023/24, com uma produção esperada de 21,9 milhões de toneladas. Até o momento, 76% da área plantada no estado já foi colhida, correspondendo a cerca de 16,6 milhões de toneladas com base na produtividade média. A maior região produtora de soja do estado não foi tão atingida, e as estimativas iniciais apontam para a perda de 1 a 2 milhões de toneladas, cerca de 1% da produção brasileira, o que representa apenas uma pequena fração da oferta mundial.

Além da soja, o RS é um grande produtor de arroz, responsável por cerca de 70% da oferta nacional. Para a safra 2023/24, a produção no estado é projetada para atingir 7,5 milhões de toneladas, com 83% da área plantada já colhida, resultando em aproximadamente 6,2 milhões de toneladas. As inundações recentes podem causar a perda de cerca de 700 mil toneladas, representando 7% da produção brasileira.

Se confirmada, a produção de arroz no RS ficaria 11% abaixo da média dos últimos cinco anos, o que pode manter os preços domésticos elevados por mais tempo. No entanto, o impacto geral não deve ser drástico, já que a maior parte da oferta parece estar assegurada e as importações podem eventualmente suprir qualquer déficit.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Portos paranaenses registram crescimento nas importações e exportações

Os portos paranaenses registraram um crescimento de 12% de movimentação total (importações e exportações) no primeiro quadrimestre de 2024. Foram 21.377.501 toneladas movimentadas de janeiro a abril deste ano, frente às 19.060.512 toneladas no mesmo período do ano passado. O desempenho está acima do ano do recorde de operação – em 2023 foram 65 milhões de toneladas.

O destaque em volume ficou com a exportação de açúcar, com 1.640.273 toneladas movimentadas no período, representando um crescimento de 119% em relação a 2023 (747.657 toneladas). Além do açúcar a granel, o açúcar em saca também registrou aumento: de 105.572 toneladas em 2023 para 206.740 toneladas em 2024 (96%).

“A Índia é nosso principal destino e segue com uma demanda crescente devido às questões climáticas vividas pelo país. A atratividade nos preços e a grande demanda do produto seguem em alta no Estado”, destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

“A capacidade operacional de Paranaguá também permite uma movimentação mais ágil e eficiente, o que atrai os olhares do mercado. Prova disso foram os oito meses de recordes de movimentação geral registrados entre agosto de 2023 e março deste ano”, afirmou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

Além do açúcar, outras cargas apresentaram expressivo crescimento no volume movimentado neste quadrimestre em comparação a 2023. No sentido exportação, a soja passou de 3.703.668 toneladas para 4.985.019 toneladas (35%).

A movimentação de contêineres também aumentou de 368.718 TEUs (20 pés de comprimento de contêiner) para 509.230 TEUs (38%). O desempenho consolida o Porto de Paranaguá como segundo maior do Brasil em movimentação de contêineres, atrás apenas de Santos.

Em relação à importação, as operações com fertilizantes saltaram de 3.054.589 toneladas para 3.179.252 toneladas (4%). O Paraná é o principal canal de entrada da commodity utilizada na produção rural no País.

Recorde de produção

O Paraná, que é o maior produtor de praticamente tudo o que o Porto de Paranaguá exporta, também bateu recorde no comércio internacional neste quadrimestre. O levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), utilizando os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostra que o Estado exportou US$ 7,47 bilhões no período. O Paraná superou em 1,6% as receitas registradas no mesmo período de 2023 (US$ 7,35 bilhões).

O açúcar bruto, que ficou na quarta colocação dos produtos mais vendidos ao Exterior, totalizou US$ 367,8 milhões, alta de 120,5% em relação aos quatro primeiros meses de 2023.

Fonte: AEN Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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Chuvas excessivas prejudicam o solo e reduzem a qualidade dos grãos

As sérias adversidades climáticas que atingem o Rio Grande do Sul também resultam em grandes prejuízos na agricultura em atividades como produção de grãos, avicultura, suinocultura, produção de leite, hortifruticultura e pecuária.

A engenheira agrônoma do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Passo Fundo, Coxilha e Mato Castelhano, Mariana Biff, revela que a colheita da soja na região de Passo Fundo foi interrompida devido às fortes chuvas, comprometendo a qualidade do grão e afetando negativamente a produtividade e o preço de entrega.

“Um agricultor relatou a perda de aproximadamente 6 sacas por hectare devido ao atraso na colheita, o que compromete a capacidade de pagamento dos custos de produção”, explica Mariana Biff. O segmento de hortifruticultura também sofreu perdas significativas, pois essas culturas são altamente sensíveis ao excesso de água.

Além das perdas agrícolas, há uma preocupante perda de solo em diversas áreas. Como informa a engenheira agrônoma Mariana Biff, “o volume anormal de chuva causou erosão, resultando na perda de fertilidade e de micro-organismos necessários para a produção agrícola. A correção desse solo pode levar anos e demandar investimentos substanciais para restaurar sua fertilidade e capacidade produtiva. É uma situação muito preocupante”, analisa a profissional.

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Trab Foto: Divulgação

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Atual estimativa traz produção de café em 58,81 milhões de sacas na safra 2024, aponta Conab

Com colheita já iniciada, os produtores brasileiros de café deverão colher 58,81 milhões de sacas beneficiadas na atual temporada. O resultado, se confirmado, representa o terceiro ano seguido de crescimento no volume total a ser colhido. Se comparado com o ano passado, a alta chega a 6,8%, e em relação a 2022, ano de bienalidade positiva, porém de baixas produtividades devido a condições climáticas adversas, incremento de 15,5%. Os dados estão no 2º Levantamento da Safra 2024 de Café, publicado nesta quinta-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para o café arábica, principal espécie colhida no Brasil, a expectativa é de uma safra de 42,11 milhões de sacas. O resultado é reflexo de aumento tanto de área em produção como de produtividade. De acordo com o levantamento, nesta temporada verifica-se crescimento de 2,2% na área em produção e redução de 3,4% na área em formação. O desempenho das lavouras brasileiras está estimado em 27,7 sacas por hectare, aumento de 5,9% em relação à safra de 2023. Em Minas Gerais, maior estado produtor de arábica, a safra está estimada em 29,84 milhões de sacas.

A Conab também prevê uma alta na colheita do conilon de 3,3%, mesmo com uma leve redução na área. A elevação se justifica pelas melhores condições climáticas, principalmente no Espírito Santo, maior estado produtor da espécie, e pelo bom aporte tecnológico nas lavouras, o que reflete em melhores produtividades. Com isso, a expectativa é que sejam colhidas no Brasil 16,71 milhões de sacas beneficiadas, a segunda maior safra da série histórica da Conab para o conilon. Só o estado capixaba deverá ser responsável pela produção de cerca de 10,81 milhões de sacas.

Outro importante estado produtor de conilon é Rondônia. Estima-se, neste estado, uma safra 2,73 milhões de sacas em 2024, 10,2% abaixo do volume produzido em 2023. Essa redução se deve, sobretudo, ao cultivo menor da área devido à renovação das lavouras, visando maior adensamento das plantas. Mesmo com a segunda maior produtividade do país, as condições climáticas não foram tão favoráveis, principalmente, em agosto e setembro de 2023, com chuvas irregulares e altas temperaturas, fator que reduziu o potencial produtivo das lavouras no estado.

Área

A área total destinada à cafeicultura no país em 2024, nas espécies arábica e conilon, é de 2,25 milhões de hectares, aumento de 0,5% sobre a área da safra anterior. Essa área engloba 1,9 milhão de hectares de lavouras que estão em produção, que apresentam crescimento de 1,5% em relação ao ano anterior, e ainda mais 344,61 mil hectares que estão em formação, que por sua vez tiveram redução de 4,7% em comparação ao mesmo período.

Mercado

Após o recuo da exportação de café no Brasil nos últimos três anos, devido à forte queda da produção nacional em 2021 e à limitação da produção em 2022 e 2023, o cenário em 2024 se apresenta mais favorável à exportação que nos anos anteriores. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2024, as exportações registraram um crescimento de 46,5% no volume embarcado quando comparado com o mesmo período de 2023, chegando a 16,4 milhões de sacas de 60 quilos de café.

O primeiro quadrimestre foi influenciado pela valorização do café no mercado internacional, recuperação do dólar frente ao real e expectativa de crescimento da oferta do produto no Brasil em 2024. Esse cenário, aliado a um aumento na quantidade exportada, contribuiu para que o valor com as vendas ao mercado internacional atingisse US$ 3,4 bilhões no acumulado de janeiro a abril, o maior já observado na série histórica.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o consumo global de café está previsto em 169,5 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa novo recorde e um aumento de 0,3% na comparação com o ciclo anterior. Nesse panorama de alta na demanda internacional, a procura pelo produto brasileiro segue aquecida, em razão dos problemas na produção da Ásia, em especial no Vietnã, e dos preços altos no mercado exterior, o que limita o recuo das cotações domésticas.

Os números detalhados da produção brasileira de café e as análises de mercado do grão podem ser conferidos no Boletim completo do 2º Levantamento de Café – Safra 2024, publicado no site da Companhia.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

Plantação de café em Carlópolis. 07/2021 . Foto: José Fernando Ogura/AEN

Paraná pode produzir até 750 mil sacas de café em 2024

A safra paranaense de café em 2024 está projetada entre 700 e 750 mil sacas, volume que representa uma estabilidade na comparação ao produzido na safra anterior. As informações são do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 10 a 16 de maio, elaborado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

De acordo com o Deral, as condições climáticas em geral até o momento estão favoráveis, apesar de períodos de calor excessivo e poucas chuvas. A maturação está mais uniforme neste ano e os trabalhos de colheita estão iniciando e serão intensificados nas próximas semanas.

Em 2023 o Paraná produziu 722 mil sacas beneficiadas, volume 48,2% superior à colheita de 2022, que foi severamente castigada pelas adversidades climáticas registradas no ciclo anterior, como geadas e seca. A área cultivada soma 26.180 hectares, há registros de produção de café em 172 municípios. Os cinco principais produtores são Carlópolis, Pinhalão, Ibaiti, Tomazina, no Norte Pioneiro, e Apucarana, no Vale do Ivaí, que juntos responderam com 48,5% do volume paranaense.

Segundo o economista do Deral, Paulo Franzini, os primeiros meses de 2024 foram marcados por negociações travadas, afetadas pelas fortes oscilações nas cotações na Bolsa de Londres e também pelas incertezas do clima, situações que geram muita insegurança para os cafeicultores. No mercado físico brasileiro os preços tiveram altas significativas, recuperando em parte os patamares praticados anteriormente.

O preço médio recebido pelos produtores paranaenses, segundo levantamento mensal do Deral, ficou em R$ 1.033,72 por saca beneficiada em abril de 2024, contra os R$ 992,14 em abril do ano passado. O valor médio recebido em 2023 foi de R$ 846,45 por saca, recuo de 26,7% na comparação com o praticado em 2022, de R$ 1.155,36. O relatório de abril do Deral indica que 82% da safra anterior havia sido comercializada pelos cafeicultores do Paraná.

No contexto mundial, a safra de café 2023/24 está projetada em 171,4 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg, elevação de 4,2% em comparação com o período anterior, sendo os principais países produtores, respectivamente, Brasil, Vietnã e Colômbia. A produção brasileira está prevista em 58,08 milhões de sacas, conforme levantamento divulgado em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), volume 5,5% superior à produção de 2023. O segundo levantamento deverá ser divulgado ainda em maio.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: José Fernando Ogura/AEN

Projeto Mulheres do Café completa dez anos de conquistas

Estão abertas as inscrições para a 22ª edição do concurso Café Qualidade Paraná

Chegando na 22ª edição, o prêmio Café Qualidade Paraná está com as inscrições abertas até 30 de setembro. Os cafeicultores interessados em participar devem procurar a unidade do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) do seu município. A inscrição é gratuita e podem participar proprietários, meeiros, arrendatários e parceiros. A solenidade de premiação está programada para dia 12 de novembro, em Curitiba.

É possível concorrer com cafés que passaram por processamento natural – ou via seca, em que os grãos são secados inteiros – ou cereja descascado, também chamado de via úmida, método em que a polpa do fruto é retirada antes da secagem. Em ambas as categorias o produtor precisa estar atento ao tamanho do lote, que deve ser uma saca (62 quilos) beneficiada. Os grãos devem ter peneira 16 ou superior, máximo 11,5% de umidade e apresentar, no máximo, 12 defeitos (COB).

Os lotes inscritos passam inicialmente por uma avaliação física para detectar defeitos no produto – como grãos quebrados, ardidos, ou avariados por insetos – com base na Classificação Oficial Brasileira (COB). Na segunda avaliação, a prova de xícara, realizada com a metodologia da Associação de Cafés Especiais (SCA, na sigla em inglês), são analisados aroma, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente e balanço da bebida.

Em cada categoria, os finalistas classificados até o quinto lugar têm garantida a compra de seu lote pela cotação da Bolsa de Valores Brasileira (B3) no dia anterior à data do encerramento do concurso, acrescido de um ágio mínimo de 50%.

Ganhadores

Na última edição quem ficou com o primeiro lugar na categoria natural foi a cafeicultora Simone Schauer Maia, de Pinhalão (Norte Pioneiro). Regiane Miguel da Silva, de Curiúva (Norte Pioneiro), ficou em segundo e Juliane Aparecida Nunes da Luz, também de Pinhalão, com a terceira posição. Na categoria cereja descascado o vencedor foi Julio César Barros, de São Jerônimo da Serra (Norte), seguido por Juliane Aparecida Nunes da Luz, de Pinhalão, e Gabriel Augusto Soares, de São Jerônimo da Serra.

Patrocínio

O concurso Café Qualidade Paraná é patrocinado pela (Faep) Federação da Agricultura do Paraná, Senar/PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Amiste Cafés, Bratac Seda, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná), CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), Crea-PR, Fetaep (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná), Grupo Dois Irmãos, Integrada Cooperativa Agroindustrial, Ocepar, Sebrae/PR, Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) e Sociedade Rural do Paraná.

A organização é da Câmara Setorial do Café do Estado do Paraná, secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento, IDR-Paraná e Associação dos Engenheiros-Agrônomos de Londrina.

Fonte: AEN