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“Campeão do século”, Mato Grosso cresce o triplo da média nacional com impulso do agro

A economia de Mato Grosso é a que mais cresceu no país desde o início do século. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado aumentou a um ritmo de 5,42% ao ano de 2002 a 2020, conforme os dados mais atualizados do IBGE. É quase o triplo da velocidade da economia brasileira, que nesse período avançou 1,96% ao ano, em média.

No mesmo período, o segundo e o terceiro estado que mais cresceram foram o Pará (4,65% ao ano) e Tocantins (4,6%).

Mato Grosso, que era a 15.ª maior economia do país no início do século, ocupa agora a 12.ª posição, conforme a estatística de 2020 do IBGE. E há motivos para acreditar que a ascensão não deve parar por aí.

A consultoria Tendências estima que, em 2021, o PIB mato-grossense avançou 2,4%, pouco menos da metade do crescimento nacional de 5%. Em 2022, porém, o estado voltou a crescer muito acima da média: 10,3%, conforme estimativa do Banco do Brasil, mais que o triplo do PIB nacional (2,9%). E, para 2023, o BB prevê expansão de 3,4% em Mato Grosso – para o país todo, a expectativa mediana do mercado financeiro é de alta de apenas 1%.

Boa parte da explicação para esse desempenho está no agronegócio, carro-chefe da economia local. O setor representa 56,6% do PIB do estado, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Mas não é só no avanço do PIB que a economia do estado se destaca. Outro levantamento do IBGE mostra que Mato Grosso tem a quarta menor taxa de desemprego entre as unidades da federação. Segundo o dado mais recente, a desocupação era de 3,5% na média do último trimestre de 2022 – menos que a taxa média dos países do G7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido), que era de 3,9% em dezembro.

O principal responsável pelo avanço da economia mato-grossense no cenário nacional, segundo Luiz Antônio do Nascimento de Sá, técnico de contas regionais do IBGE, foi a agropecuária. A participação do estado nessa área mais que dobrou entre 2002 e 2020, passando de 5% do total nacional para 10,6%.

A safra de grãos de Mato Grosso foi multiplicada por seis desde a colheita de 2002, passando de 15,9 milhões de toneladas naquela temporada para 94,1 milhões de toneladas neste ano, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produtividade das lavouras em 2023 deve chegar a 4.551 quilos por hectare, a terceira maior do país, atrás apenas de Santa Catarina e Distrito Federal. Em 2002, o rendimento era de 2.909 kg/ha.

O Imea estima que a soja alcançará produtividade recorde neste ano, de 61,59 sacas (quase 3,7 mil quilos) por hectare, com destaque para as regiões médio norte e sudeste do estado. Grande parte da produção agropecuária é exportada. A previsão do Imea é que 61,2% da soja seja destinada a outros países.

“Aqui temos boas condições: uma topografia bem plana, que favorece o uso de maquinário de grande porte, chuvas regulares e ampla luminosidade, que facilita a fotossíntese das plantas”, diz o presidente do Sindicato Rural de Sinop e vice-presidente da Federação da Agropecuária do Mato Grosso (Famato), Ilson José Redivo.

Segundo o Imea, a produção de milho deve crescer quase 4% sobre a temporada anterior, atingindo 46,4 milhões de toneladas, num cenário de aumento da demanda e menor oferta do milho no mercado internacional, em decorrência da quebra de safra na Argentina e nos Estados Unidos, além da guerra na Ucrânia, que diminuiu a produção daquele país. O equivalente a 62,5% do milho colhido em Mato Grosso deve ser exportado.

Segundo números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no ano passado a receita total das exportações foi de US$ 32,5 bilhões, o que faz de Mato Grosso o quarto estado exportador do país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Vinte anos antes, em 2002, era o 10° exportador.

Mais informações:
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/mato-grosso-estado-mais-cresce-pais-triplo-media-nacional/

Fonte e Foto: Gazeta do Povo

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