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Campanha da CropLife Brasil alerta ameaça e reforça manejo da cigarrinha-do-milho

A CropLife Brasil conclui em novembro a última etapa da Campanha de Boas Práticas Agrícolas (BPAs) com o alerta das ameaças de pragas às culturas no campo, especialmente da cigarrinha-do-milho, e reforça a importância das práticas de manejo. O objetivo é mostrar ao produtor ações e medidas eficientes para evitar o risco de enfezamento da lavoura e controlar o inseto e a transmissão de doenças, que podem comprometer até 70% da produção do grão, segundo a Embrapa. De nome científico Dalbulus maidis, a cigarrinha deixou de ser considerada uma praga secundária em 2015 e passou a ser monitorada como uma das principais ameaças da cultura no país, com surtos maiores na Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

“O milho ele é um dos pilares do sistema de plantio direto (SPD) e uma cultura estratégica, quando se fala em alimentação animal, bioenergia, e principalmente, para a balança comercial do país. Nas últimas safras, a cigarrinha-do-milho tem se destacado como uma das principais ameaças, provocando perdas expressivas, conforme o nível de infestação. Por isso, a CropLife tem promovido treinamentos e incentivado a adoção de boas práticas agrícolas, como o uso de sementes tratadas, híbridos tolerantes, rotação de culturas e sincronização das semeaduras. Essas medidas, aliadas ao uso responsável e complementar de inseticidas químicos e biológicos, são fundamentais para reduzir a pressão do inseto, preservar a efetividade dos métodos de controle e garantir a sustentabilidade da produção de milho no Brasil”, explicou o especialista em assuntos regulatórios de Defensivos Químicos na CropLife Brasil, Pedro Duarte.

A CLB possui acordo de cooperação técnica firmado com as unidades da Embrapa Cerrados e Milho e Sorgo, que contempla 20 atividades e tem o objetivo básico de desenvolver estudos aplicados do tema em áreas de produção de sementes e grãos no Brasil.

O que é e por que é ameaça

A cigarrinha-do-milho é um inseto de apenas 3,7 a 4,3 mm de comprimento, de coloração branco-palha, que lembra a mosca-branca. O primeiro grande relato de aparição foi datado em 1985, em MG. Embora quase imperceptível para quem não está familiarizado com a espécie, a praga apresenta potencial perigo devido a sua alta capacitada reprodutiva e dano ativo pela sucção contínua da seiva de plantas. Cada fêmea é capaz de depositar 400 a 600 ovos, resultando em populações numerosas, com ciclo de vida entre 15 e 27 dias, permitindo a formação de duas ou mais gerações dentro do mesmo período de cultivo do milho.

Além disso, o inseto traz consigo outro considerável risco: atua como vetor de doenças, transmitindo patógenos às plantas do milho. Quando a cigarrinha se faz presente em altas populações pode causar os chamados enfezamentos – considerados doenças bacterianas vasculares (dentro dos vasos condutores da planta) e sistêmicas (capaz de circular e se multiplicar dentro dos vasos) no plantio. Dentre as principais estão o enfezamento-vermelho, o enfezamento-pálido e a virose da risca.

O milho é uma das principais commodities do Brasil. Hoje, o país é o 3º maior produtor mundial da cultura, atrás da China e dos Estados Unidos, respectivamente. Além da relevância na produção, em 2023, o Brasil foi o maior exportador global de milho, superando inclusive os EUA. Na safra de verão 2024/2025, a produção brasileira alcançou 24,9 milhões de toneladas, enquanto a safrinha de 2025 registrou 109,5 milhões de toneladas. O rendimento médio foi de 6.320 kg por hectare, evidenciando a eficiência da produção nacional.

Monitoramento e Manejo

Nenhuma medida de controle isolada é capaz de eliminar totalmente a cigarrinha-do-milho. Por isso, a adoção de práticas de manejo orientadas pelas boas práticas agrícolas, preferencialmente em nível regional, pode auxiliar a reduzir as populações da praga e seus impactos. A eficácia deste processo requer monitoramento da lavoura desde os estágios iniciais e adoção de medidas rápidas com controle químico, biológico ou captura massiva na lavoura.

Entre as ações, destaca-se a eliminação das plantas voluntárias durante a entressafra, evitando que sirvam de hospedeiras; uso de cultivares mais resistentes ou tolerantes, reduzindo a vulnerabilidade da lavoura; uso de controle químico direcionado especialmente nas fases iniciais da cultura, quando as plantas são mais suscetíveis; Manejo Integrado de Pragas (MIP), combinando diferentes estratégias de forma sustentável.

Boas Práticas Agrícolas (BPAs)

A campanha de Boas Práticas Agrícolas (BPAs) conduzida pela Croplife Brasil visa conscientizar produtores, trabalhadores rurais e consumidores sobre o uso responsável das tecnologias no campo. O objetivo é estabelecer uma iniciativa permanente para fortalecer a relação entre a produção sustentável de alimentos e os desafios globais de sustentabilidade que impactam o agronegócio, além de capacitar o setor com ferramentas e informações sobre essas práticas, que são fundamentais para gerar impactos positivos na agricultura e no planeta. Além disso, a entidade mantém a plataforma de treinamento Conecta, que possui dois módulos (9 e 10) destinados ao manejo integrado de pragas, entre outros que abordam o uso de tecnologia de aplicação segura e correta.

Todo o conteúdo da campanha está reunido no site https://croplifebrasil.org/boas-praticas-agricolas/

Fonte: CropLife Foto: Divulgação

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