set189618

Manejo de nematoides ganha importante aliado no inverno

Estudos promissores mostram que a cultura do trigo pode ser um valioso parceiro do produtor para mitigar as perdas econômicas causadas pelos nematoides, que chegam a 36 bilhões de reais anuais em importantes culturas

A Sociedade Brasileira de Nematologia estima que, somente na cultura da soja, os nematoides causam prejuízos de 16 bilhões de reais ao ano. Quando olhamos também para importantes culturas no país além da soja, como o feijão, a cana-de-açúcar, entre outras, o impacto financeiro chega à ordem de 36 bilhões anuais. Com valores tão expressivos, é seguro afirmar que o combate a esses parasitas é um dos maiores desafios da agricultura brasileira. Para reduzir as perdas causadas pelos nematoides, diversas medidas de controle integradas têm sido adotadas. Dentre elas, está o uso de cultivares de soja resistentes, uso de nematicidas e rotação de culturas com espécies não hospedeiras ou má hospedeiras. Porém, essas ações têm seu principal foco de controle durante a safra de verão. Para garantir um manejo ainda mais adequado no combate a essas pragas, as culturas de inverno ganham relevância nesse papel. Dentre elas, o trigo surge como um aliado do produtor e une duas frentes: a redução populacional dos nematoides e a rentabilidade econômica da propriedade no inverno.

Segundo a doutora em nematologia e professora associada da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Claudia Arieira, dentre as principais espécies que infectam a soja, estão o nematoide das galhas (Meloidogyne javanica e M. incognita), o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), o nematoide do cisto (Heterodera glycines) e o nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis). Desses, os dois primeiros ganham destaque como os mais importantes em âmbito nacional.

Os sintomas primários dessas pragas são observados no sistema radicular, com algumas variações entre as espécies. “O nematoide das galhas causa engrossamento das raízes, formando galhas de número e tamanhos variados. Já os sintomas do nematoide das lesões são raízes menos volumosas e pouco desenvolvidas. Devido à junção de muitas infecções necróticas, pode haver o escurecimento completo do sistema radicular”, menciona o fitopatologista da Biotrigo, Paulo Kuhnem. Nas lavouras, os sintomas de ambos os nematoides são normalmente observados em reboleiras, com plantas amareladas e menos desenvolvidas.

O manejo integrado de nematoides

Conforme Paulo, é importante entender que a erradicação desses organismos é uma tarefa extremamente difícil e que medidas isoladas não conseguem controlar satisfatoriamente os nematoides. Uma das principais ações a serem tomadas nesse manejo é o uso de cultivares resistentes à espécie-alvo de nematoide. Nessas variedades, é utilizado o fator de reprodução (FR) para caracterizar o nível de resistência de uma cultivar aos nematoides, que é o resultado da população final da espécie dividido pela população inicial em contato com as raízes após um determinado período. “Valores de FR abaixo de um significam que a população final é menor, não houve reprodução e a cultivar é considerada resistente. Valores de FR entre um e dois são considerados de baixa capacidade de reprodução e a cultivar é tida como moderadamente resistente. Já uma cultivar com FR acima de dois é considerada moderadamente suscetível ou suscetível”, diz Paulo.

O trigo dentro desse contexto: benefícios e resultados de pesquisa

De acordo com o fitopatologista, os primeiros estudos utilizando o trigo foram no manejo de nematoide das galhas. Resultados de pesquisa de instituições especializadas demonstram a viabilidade da cultura em integrar este manejo. No entanto, variações na reação de cultivares nesses estudos indicam a necessidade de se conhecer o FR de cada genótipo para cada espécie de nematoide, bem como a realização de testes em diferentes regiões para abranger uma maior variabilidade das populações de nematoides.

Em ensaio conjunto realizado pela Biotrigo e o Centro Universitário Integrado em Campo Mourão (PR), no ano de 2018, que avaliou o efeito de diferentes sistemas de manejo, como o milho segunda safra e o trigo, constatou-se que o milho, em termos gerais, aumenta significativamente a população inicial. No ensaio, o híbrido avaliado apresentou FR = 8,1. Já o trigo obteve FR = 0,43. “Isso demonstra que o uso de cultivares de trigo, de forma geral, reduz efetivamente a população desses nematoides no campo”, indica Paulo.

Pesquisas realizadas em 2021 pelos nematologistas da UEM mostraram que algumas cultivares de trigo tiveram fatores de reprodução baixos para uma das espécies do nematoide das galhas, o M. javanica, e para o nematoide das lesões. “Se tratando de M. javanica, TBIO Audaz, TBIO Sonic, TBIO Sossego e TBIO Toruk apresentaram FR 0,46; 0,09; 0,37 e 0,46, respectivamente. No tratamento testemunha com uma cultivar de soja suscetível, o FR foi de 22,54.
Olhando para o P. brachyurus, essas mesmas cultivares tiveram FR iguais a 0,66; 0,23; 0,31 e 0,57, nessa ordem. A soja testemunha teve FR 7,93″, pontua Claudia. A pesquisadora ainda registra que, em 2022, foram feitos novos testes com outras cultivares. “Em relação à M. javanica, TBIO Blanc, TBIO Convicto, TBIO Sagaz (componente do mix XBIO Fusão) e TBIO Trunfo apresentaram FR 0,10; 0,33; 0,19 e 0,45, respectivamente. No tratamento testemunha, o valor foi de 22,37.

Já para M. incognita, essas mesmas variedades tiveram valores de FR equivalentes a 0,98; 1,63; 0,35 e 1,36, nessa ordem. O controle na soja contou com o valor de 21,30″, acrescenta. De acordo com Paulo, as cultivares TBIO Calibre, TBIO Ponteiro e TBIO Duque apresentaram, para as duas espécies de nematoides das galhas, um FR médio de 0,98; 0,67 e 0,34, respectivamente.

Esses resultados, para Claudia, indicam que as cultivares de trigo em questão não se comportam como bons hospedeiros das espécies de nematoides se comparados a uma planta suscetível. “Esses materiais podem compor o sistema de manejo integrado com o intuito de reduzir ou não aumentar o nível populacional de nematoide em uma determinada área”, avalia.

Além de oferecer já comprovados benefícios ao sistema produtivo, melhorar a gestão administrativa da propriedade e entregar renda durante o período do inverno, tão carente de opções, fica claro que a cultura do trigo se coloca como uma ferramenta promissora no manejo integrado de nematoides, devido aos baixos fatores de reprodução vistos em diversos genótipos.

Fonte: Biotrigo Foto: Divulgação Biotrigo/Ricardo Maia

set188953

Milho segue travado no Sul

No estado do Rio Grande do Sul, o mercado de milho segue travado, apenas compras eventuais de pequenas granjas, segundo informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “Colheita de verão segue muito localizada no que se chama de “calha do Rio Uruguai”, portanto ainda incipiente. Preço para janeiro (posto indústrias) começam a ser indicados: R$ 93,00 Missões e Celeiro, R$ 94,00 região de Passo Fundo, R$ 95,00 região de Lajeado. Porto chegou a indicar em um melhor momento R$ 100,00 sobre rodas, para uma entrega em fevereiro e pagamento final de março”, comenta.

Em Santa Catarina pequenos granjeiros consomem milho local e grandes consumidores buscam no C-O. “Com isto, os grandes compradores do estado, continuam buscando milho fora do estado, principalmente no Centro-Oeste e no Paraná e agora também de olho no milho gaúcho, o que for mais em conta no momento. No mercado local os vendedores falam em R$ 95/saca FOB. Os compradores estão tentando trazer o mercado para trás, diante do grande estoque ainda disponível. Muitos até estão estudando trocar a fórmula da ração para colocar trigo também, que neste ano, terá uma produção maior”, completa.

No Paraná, no entanto, a exportação volta a atacar. “No oeste pequenas granjas levaram volumes de 300 a 500 tons a R$ 83,00, um total de umas 3 mil toneladas. Ofertas de vendedores a R$ 86/saca nos Campos Gerais e em Guarapuava, sem compradores; R$ 84 no Norte Pioneiro do estado e R$ 83/saca no norte novo, também sem compradores. Novamente na exportação hoje rodaram mais 7.000 toneladas, dentre as que pudemos ver, com duas cooperativas dos Campos Gerais saindo com 2K e 3K, respectivamente, ao preço de R$ 86,00 FOB Carambei e Castro, e 2 mil a R$ 85,50, em Guarapuava. E na ferrovia rodou milho a R$ 80 CIF, 1000 toneladas, 30 dias de pagamento”, conclui.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

set18902

Apesar do clima, agropecuária do Paraná manteve alto rendimento em 2022

As condições climáticas adversas em momentos decisivos da safra 2021/2022 foram motivo de preocupação para os produtores paranaenses. Na primeira safra, as principais culturas dos grãos tiveram quebras representativas. Porém, a recuperação do feijão e do milho na segunda safra, o bom desempenho das proteínas animais e os preços garantiram altos rendimentos do setor agropecuário como um todo no ano passado.

Tendência

Diante desse cenário, a tendência, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, é que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) 2022 ao menos mantenha os resultados positivos do ano anterior. Em 2021, o Paraná atingiu o recorde de R$ 180,4 bilhões.

Desafiador

O ano de 2022 foi desafiador para os produtores paranaenses, principalmente devido ao clima, que prejudicou a produção agrícola e gerou aumento nos custos de produção. No caso da soja, por causa da estiagem, o Deral estima que houve perda de 38% na produção, reduzindo em aproximadamente R$ 15 bilhões o faturamento do grão entre 2021 e 2022.

Feijão

A redução na produção nesse período também foi registrada na primeira safra de feijão (-25%) e milho (-5%). “Embora tenham sofrido com as intempéries climáticas, esses dois produtos conseguiram se recuperar na segunda safra e compensaram as perdas”, explica a economista do Deral, Larissa Nahirny.

Recorde

Por outro lado, de acordo com as estimativas do Departamento, em 2022 o feijão conseguiu atingir um recorde de produção para a segunda safra, com um volume de 561,5 mil toneladas, praticamente o dobro do produzido em 2021, ano em que a cultura foi prejudicada pelo clima. Já o milho segunda safra, que atingiu um volume estimado em 6,2 milhões de toneladas em 2021, chegou a 13,3 milhões de toneladas em 2022.

Pecuária

A pecuária continuou crescendo no Paraná em 2022. A produção de suínos tem um incremento estimado em 8%, e o frango de corte, 2%. O setor leiteiro, que assim como os grãos enfrentou dificuldades ao longo do ano, começou a retomar o equilíbrio, e tem uma variação de preços projetada em 25% entre 2021 e 2022.

Crescimento

De maneira geral, as proteínas animais cresceram 4% na produção, comparativamente a 2021. Com isso, para 2022 estima-se um crescimento de 5% no VBP desse setor, podendo chegar a R$ 49,2 bilhões.

Avaliação

Na avaliação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, apesar das dificuldades com a pandemia, da crise hídrica e do desequilíbrio entre preço e custo de produção, o ano encerrou com boas perspectivas. Ele destaca que o agro representa 36% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná.

Certificações

“Nós estamos começando a colher os frutos das nossas certificações como área livre de febre aftosa sem vacinação e zona independente de peste suína, que abriram mercados para o Paraná. Vimos o crescimento nos investimentos em novas plantas agroindustriais, frigoríficos que estão sendo instalados, novas plantas em funcionamento”, diz. (Agência Estadual de Notícias)

Fonte: Sistema Ocepar Foto: Gilson Abreu / AEN

set189177

Chuvas irregulares comprometem lavouras de verão no Paraná

As chuvas irregulares e as altas temperaturas comprometem o desenvolvimento das lavouras de milho de verão da safra 2022/23 em algumas regiões do Paraná, informou o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
Segundo o Deral, no oeste e centro-oeste paranaense, a previsão de precipitação para os próximos dias deve ser favorável para o desenvolvimento das culturas de verão. Na região, as lavouras da primeira safra do cereal estão em fase de enchimento de grãos, quando necessitam de “grande quantidade de água”. “Especialmente no oeste e em áreas mais arenosas o potencial de produção não deve ser atingido”, informaram os técnicos do Deral em relatório.

Enquanto isso no sudoeste do estado, nas últimas semanas as precipitações foram irregulares, o que prejudicou o desenvolvimento das lavouras de soja, milho e feijão, conforme apontou o departamento. “Há previsão de chuva para os próximos dias, isso pode recuperar o potencial de algumas áreas e estancar as perdas em outras. Os efeitos destas condições só poderão ser definidos após a colheita das culturas”, observou o Deral.

No norte do Paraná, o Deral prevê que pode haver problema nas áreas mais arenosas, apesar de precipitações sem uniformidade estarem ocorrendo praticamente toda semana. No noroeste, há perdas nas lavouras de soja em virtude das chuvas irregulares.

Fonte: Estadão Conteúdo Foto: Divulgação

set189259

Ministério da Agricultura e Pecuária confirma nomes de 5 secretários

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou na quarta-feira (4), por meio de nota, os cinco nomes que irão comandar as secretarias da pasta. Carlos Goulart assumirá a Secretaria de Defesa Agropecuária; Wilson Vaz de Araújo comandará a Secretaria de Política Agrícola; Irajá Lacerda estará à frente da Secretaria Executiva; Renata Miranda liderará a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação, Cooperativismo; Roberto Perosa assumirá a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.

Os secretários do Ministério da Agricultura e Pecuária

Carlos Goulart
Até então diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do ministério, é auditor fiscal federal, servidor de carreira especializado em defesa e certificação fitossanitária. Era um dos nomes favoritos pelo setor produtivo para o posto, que é considerada uma das secretarias mais estratégicas da pasta. Ele havia sido nomeado adido agrícola na China, cargo qual assumiria nas próximas semanas.

Wilson Vaz de Araújo
É ex-secretário adjunto da Secretaria de Política Agrícola. É servidor de carreira do ministério, tendo já ocupado também os postos de secretário interino de Política Agrícola e de diretor do Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário. Ele retorna ao comando da pasta responsável pela estruturação do Plano Safra e do Seguro Rural.

Roberto Perosa
Empresário do setor sucroenergético paulista. Atualmente, é CEO da Organização das Associações dos Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Seu nome foi indicação do vice-presidente Geraldo Alckmin. Perosa já havia informado a empresários paulistas sobre a nomeação no último fim de semana.

Renata Miranda
Chefe de Gabinete da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do ministério. Ela é servidora de carreira da Embrapa e atuava no Ministério da Agricultura e Pecuária desde fevereiro de 2019. Renata Miranda deve ser responsável pela coordenação de programas como o da recuperação de pastagens degradadas. Renata acompanhou o ministro Carlos Fávaro na tarde de quarta-feira (4) na posse de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente.

Irajá Lacerda
Escolhido para a Secretaria Executiva, já foi chefe de gabinete de Fávaro no Senado. Lacerda concorreu a deputado federal pelo PSD em Mato Grosso nas eleições de 2022, mas não se elegeu para o posto. Ele é advogado especializado em direito agrário, fundiário e ambiental. Já presidiu a Comissão de Direito Agrário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).

Filho de suplente de Carlos Fávaro no Senado

Lacerda é filho do segundo suplente de Fávaro no Senado, José Lacerda, que recentemente trocou o MDB pelo PSD — mesmo partido do novo ministro da Agricultura. Ele já vinha sendo estudado para o cargo desde o anúncio de Fávaro para a pasta. O ministério também informou que Wilson Gambogi Taques será chefe de gabinete de Fávaro e o deputado federal sul-mato-grossense Fábio Trad (PSD) será assessor de Participação Social e Diversidade.

Fonte: Canal Rural Foto: Divulgação

set188517

Adapar intensifica monitoramento do enfezamento do milho; Paraná é o segundo maior produtor

As ocorrências da cigarrinha-do-milho, agente vetor das doenças denominadas Complexo dos Enfezamentos, têm sido um desafio para os produtores rurais no Estado. Essas doenças prejudicam o desenvolvimento das espigas e causam redução da produtividade. O monitoramento realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), aliado à pesquisa e à orientação de produtores, tem colaborado para reduzir o problema.

Entre as estratégias de manejo geralmente recomendadas está o uso de cultivares com maior tolerância genética aos enfezamentos. “Porém, mesmo os materiais tolerantes, quando expostos às altas pressões populacionais de cigarrinhas-do-milho contaminadas, apresentam sintomas de enfezamento”, explica o gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, Renato Young Blood. Assim, o controle e acompanhamento da dinâmica do inseto tem se mostrado um recurso mais efetivo.

Em setembro deste ano, a Adapar instalou armadilhas em propriedades rurais em várias regiões do Estado para quantificar a presença das cigarrinhas. Desde então, as substituições das armadilhas ocorrem semanalmente, assim como o envio das amostras para análise do Centro de Diagnósticos Marcos Enrieti – CDME, laboratório da Adapar. São 40 pontos de monitoramento com alta e baixa presença de infestação, resultando, até agora, em 374 análises e 5.390 cigarrinhas-do-milho coletadas.

Resultados

A partir das análises, os técnicos da Adapar observaram que, até a segunda quinzena de novembro, em pontos de alta pressão, a população de cigarrinhas-do-milho não aumenta significativamente. “Isto se deve ao controle químico realizado pelos produtores durante o desenvolvimento do milho, principalmente até o início do estágio reprodutivo, que é o período mais suscetível da cultura a estas doenças”, explica o fiscal de Defesa Agropecuária Ralph Rabelo Andrade, que faz a compilação e análises dos resultados do monitoramento.

Já com o início do período reprodutivo do milho, o controle químico diminui e a população tende a aumentar até a colheita. Nas áreas monitoradas de baixa pressão há também uma tendência de aumento a partir do início de dezembro, provavelmente estimuladas pelo aumento das temperaturas médias, segundo os técnicos.

Para que as cigarrinhas-do-milho transmitam essas doenças, é necessário estarem infectadas por patógenos denominados molicutes (Espiroplasma ou Fitoplasma) ou por viroses que acometem a cultura do milho. Cerca de 63% das armadilhas acompanhadas pela Adapar continham cigarrinhas, sendo que 16% estavam infectadas com Fitoplasma, 5% com Espiroplasma e 4% com ambos.

“Dessa forma, a eliminação das plantas voluntárias pelos produtores rurais, que é a fonte inicial das contaminações das lavouras comerciais, é uma das práticas mais importantes para a sanidade da cultura”, orienta Young Blood.

Produção e cuidados

O Paraná é o segundo maior produtor de milho do País, atrás do Mato Grosso. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a produção da primeira safra está estimada em 3,73 milhões de toneladas em 383,9 mil hectares. A primeira estimativa da produção da segunda safra, divulgada na semana passada, prevê, em condições ideais de clima, a produção de 15,42 milhões de toneladas em 2,64 milhões de hectares.

As estratégias de manejo podem ajudar os produtores a produzir safras de milho que supram as expectativas de produção e a rentabilidade na cultura.

“Com o aumento da população de cigarrinhas-do-milho a partir de dezembro nas áreas de baixa pressão, e a partir das fases reprodutivas do milho nas áreas de alta pressão, a tendência é que o plantio da segunda safra já se inicie com uma grande presença desses insetos, o que reforça a importância do manejo adequado e permanente monitoramento das lavouras”, diz o coordenador do programa de Prevenção e Controle de Pragas em Cultivos Agrícolas e Florestais da Adapar, Marcílio Martins Araújo.

De acordo com ele, os trabalhos de monitoramento, pesquisa, orientação dos produtores quanto às ações de manejo e a escolha dos materiais tolerantes têm garantido bons resultados. “Aliar essas estratégias é de extrema importância e pode prospectar mais segurança aos produtores paranaenses na obtenção de uma safra produtiva e rentável”.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

set188620

Conab: semeadura da soja atinge 98,4%, milho 1° safra 87,3%

São previstas chuvas maiores que 60 mm em grande parte da região, com acumulados que podem ultrapassar 100 mm em áreas do AM, PA, AP, RO, TO, PI e Oeste da BA. No Sul do MA, Sudoeste do PI, Sul da Bahia e de SE, os volumes de chuva serão de até 50 mm. Nas demais áreas, há previsão de baixos acumulados de chuva, podendo ser menor que 30 mm. As condições serão favoráveis para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, além da conclusão dos cultivos de terceira safra.

CO: Há previsão de grandes volumes de chuva, maiores que 80 mm, e que podem ultrapassar 150 mm em grande parte de GO, Norte, Nordeste e Sudeste de MT. Em MS, ocorrerão acumulados entre 30 e 60 mm, podendo ultrapassar 80 mm em algumas áreas. As chuvas contribuirão com o armazenamento hídrico no solo e favorecerão a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos, com exceção de parte de GO, devido ao excesso de chuvas que pode prejudicar às operações de plantio e a evolução dos cultivos.

SE: Os maiores volumes de chuva deverão ser registrados em áreas do Centro-Sul de MG, Norte de SP e RJ, podendo ultrapassar os 150 mm. No Noroeste de MG, ES e áreas centrais de SP, podem ocorrer volumes maiores que 60 mm. Nas demais áreas, como no Nordeste de MG, há previsão de baixos acumulados de chuva no início da semana. A umidade do solo será favorável para os cultivos de primeira safra, café e cana-de-açúcar, mas o excesso de chuvas pode atrapalhar as operações de semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.

S: Uma massa de ar quente e úmida provoca chuvas na região, podendo superar os 50 mm principalmente no Noroeste e Norte do PR e Oeste de SC, favorecendo os cultivos de primeira safra. A atuação de um sistema frontal possibilitará pancadas de chuva, mas predominará o tempo seco. No RS, a restrição hídrica persistirá nos cultivos de primeira safra, podendo limitar a disponibilidade de água para alguns cultivos irrigados na Fronteira Oeste.

Progresso de Safra

Soja

98,4% semeado. Em MT, a colheita é incipiente e a regularização das chuvas tem beneficiado as lavouras. No RS, o plantio evolui lentamente devido à baixa umidade do solo. Muitas lavouras semeadas no início da janela paralisaram o desenvolvimento por falta de umidade. No PR, a maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento, mas algumas áreas do Sudoeste e Oeste têm apresentado os efeitos da menor disponibilidade hídrica. Em GO, as chuvas regulares contribuíram para a recuperação das lavouras. Em MS, 80% das áreas se encontram na fase reprodutiva e com bom desenvolvimento. Em MG, as condições climáticas favoráveis beneficiam as lavouras. Na BA, as áreas de sequeiro estão em desenvolvimento vegetativo e em boas condições. No TO, as lavouras apresentam bom desenvolvimento.

Milho 1° Safra

87,3% semeado. No RS, a distribuição irregular das chuvas manteve o déficit hídrico das lavouras em grande parte do estado. Na Fronteira Oeste, a colheita teve início com rendimentos variáveis. Observou-se perdas entre 5 e 100%. Em MG, as condições climáticas favoreceram o bom desenvolvimento das lavouras. No PR, 83% das lavouras estão em boas condições, porém algumas áreas do Oeste e Sudoeste apresentam os efeitos da redução das precipitações. Em SC, chuvas de granizo causaram estragos em lavouras no Vale do Rio do Peixe. As baixas precipitações também afetam lavouras no Oeste do estado. Em SP, a maioria das áreas estão na fase reprodutiva, sendo que as mais precoces apresentam desenvolvimento abaixo do normal devido às baixas temperaturas ocorridas no início do ciclo.

Arroz

88,8% semeado. No RS, as condições climáticas, de dias quentes e secos, têm sido favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura. Os tratos culturais relativos às adubações de cobertura e manejo da irrigação foram realizados normalmente. Em SC, não se observou intercorrências fitossanitárias. No TO, o plantio avança para 90% das áreas e as lavouras apresentam bom desenvolvimento vegetativo. Os tratos culturais estão sendo realizado. No MA, o plantio de sequeiro está avançando de forma lenta devido à falta de chuvas na região. Em GO, o plantio permaneceu paralisado devido ao excesso de chuvas na região Norte e Leste do estado.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

set188771

Conab eleva estimativa de produção de café

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua nova projeção para a produção de café arábica, elevando os números. “O último levantamento da Conab sobre a safra 22/23 do Brasil foi divulgada na última quinta-feira (15). Este ano, a agência estima que a produção aumentou em relação a 2021, para 50,92M scs (+7%), e o total também é ligeiramente superior ao registrado em setembro (+1%)”, comentou a hEDGEpoint, sobre o tema.

“As mudanças foram impulsionadas por uma adição de 300 mil sacas aos números de arábica, para 32,7M scs, e +230 mil sacas também foram adicionadas aos números de conilon, em 18,2M. Apesar de ser um volume recorde de conilon na série da Conab, vemos mais potencial em sua produção no ciclo atual — nossa estimativa atual é de 23M scs. Além disso, embora o relatório tenha trazido ajustes para cima em ambos os números, ele confirmou os danos causados pelo estresse hídrico e geadas nas áreas de arábica; a produção total ainda está 19% abaixo do recorde de 2020”, completou.

Nesse contexto, mudanças positivas no número geral são parcialmente impulsionadas por um aumento na área total em relação ao último relatório, especialmente para o conilon e houve também uma queda na área em formação em relação a 2021. “A maior produção também foi explicada por um ligeiro aumento no rendimento (+1%) do arábica, de 22,5 sacas/ha contra 22,3 sacas/ha no último relatório. Ainda assim, destacamos a diferença entre os resultados de 2022 e 2020: os rendimentos do arábica são 30% menores quando comparados ao ano anterior de bienalidade positiva”, indicou.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação