set19564

Boletim do IDR-Paraná mostra situação das lavouras após excesso de chuvas em fevereiro

Fevereiro de 2023 foi marcado por muita chuva em todo o Paraná, com média estadual de precipitação de 256,4 mm, sendo que a média histórica é 167,7 mm no mês, informa o Boletim Agrometeorológico do Instituto de Desenvolvimento Rural-Iapar-Emater (IDR-PR), divulgado nesta segunda-feira (06). Dados do Setor de Agrometeorologia do Instituto mostram que a precipitação registrada em Guaíra chegou a 460,6 mm. Somente em locais pontuais no Estado, como em Curitiba e Paranaguá, as chuvas ficaram abaixo da média histórica. As temperaturas, consequentemente, foram mais amenas.

As culturas agrícolas tiveram um bom desenvolvimento, exceto nas regiões Oeste e Sudoeste, onde se registrou muito calor e precipitações escassas e irregulares. Na soja, de uma forma geral, a persistência e ininterrupção de chuvas longo do mês impediram que fossem realizados tratos culturais como controle fitossanitário e colheita em muitas áreas do Estado. A colheita do milho primeira safra foi bastante lenta devido às chuvas contínuas. Já o milho da segunda safra teve condição de germinação excelente. As chuvas contínuas prejudicaram as colheitas de algumas frutas, como a uva e laranja.

As regiões Oeste, Norte e Noroeste do Paraná destacaram-se com quantitativos de chuva muito acima da média histórica. Isso ocorreu devido às intensas e constantes atuações da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e Sistemas de Baixa Pressão que se formam no Paraguai e Argentina ao longo do mês. Tais sistemas ingressam e avançam pelo Paraná pelas regiões Oeste, Noroeste e Norte.

Além do alto quantitativo pluviométrico no Estado, observou-se chuvas constantes ao longo do mês. Em Paranaguá, por exemplo, foram apenas dois dias sem chuva. O máximo de dias sem chuva ocorreu em Foz do Iguaçu (16 dias). Em média, o Paraná ficou apenas nove dias sem registrar precipitação, o que corresponde a 19 dias com chuva.

Temperatura

Em decorrência das chuvas constantes e abundantes, as temperaturas de fevereiro foram bastante amenas, especialmente as máximas, com valores abaixo das médias em todo o Estado. Em Paranavaí, por exemplo, a média histórica da temperatura máxima do segundo mês do ano é 31,9°C e em fevereiro de 2023 registrou 29°C, ficando 2,9°C abaixo do esperado para o mês. Na média, a temperatura máxima do mês de fevereiro no Paraná foi 28,2°C, enquanto que a média histórica é 30°C.
Quanto às temperaturas mínimas, na grande maioria dos munícipios registrou-se valores abaixo da normal climatológica. Em Foz do Iguaçu a média da mínima registrada em fevereiro foi 19,1°C, permanecendo 2,4°C abaixo do esperado, que é 21,5°C. Na média, a temperatura mínima do mês de fevereiro no Paraná foi 18,1°C, enquanto que a média histórica é 19,1°C, permanecendo 1°C abaixo da normal climatológica.

Confira os efeitos do clima de fevereiro sobre as principais culturas:

SOJA – As chuvas no início do mês favoreceram a cultura, no entanto a persistência e ininterrupção das precipitações ao longo do mês impediu que fossem realizados tratos culturais como controle fitossanitário e colheita em muitas áreas do Estado. Assim, algumas lavouras poderão ter redução no potencial produtivo e qualidade dos grãos. Porém, no final do mês a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) classificou as lavouras do Paraná com 85% apresentando boas condições de desenvolvimento, 12% média e 3% ruim. Até o final do mês tinha sido colhida 17% da safra do Estado.

MILHO 1ª SAFRA – A colheita do milho primeira safra foi bastante lenta devido às chuvas contínuas. De acordo com a SEAB, estima-se que 83% apresentaram boas condições de desenvolvimento, 16% média e 1% ruim. Até o final do mês havia sido colhida 26% da safra do Paraná.

MILHO 2ª SAFRA – Deu-se continuidade na semeadura do milho segunda safra e, de maneira geral, as condições de germinação e desenvolvimento inicial da cultura foram excelentes. No entanto, o avanço da semeadura foi muito lento devido às chuvas contínuas. Grande parte dos produtores não conseguiu realizar o plantio, mesmo porque as chuvas impediram a colheita da soja. No final do mês 26% da safra do Paraná tinha sido semeada.

FEIJÃO 1ª SAFRA – Até o final do mês 95% da safra do Paraná haviam sido colhidos. De acordo com a SEAB, 69% das áreas cultivadas com feijão 1ª safra estavam em boa condição e 31% em condição média. Assim, a grande maioria dos grãos apresentaram boa qualidade e produtividade, com destaque para as lavouras mais tardias, implantadas a partir da segunda quinzena de outubro, devido à ocorrência de um clima mais propício à cultura do feijão.

FEIJÃO 2ª SAFRA – Houve prosseguimento na semeadura do feijão 2ª safra e até o final de fevereiro, 70% da cultura foi semeada no Paraná, segundo a SEAB. A germinação e o desenvolvimento vegetativo foram excelentes devido às precipitações abundantes.

FRUTICULTURA – As chuvas contínuas prejudicaram as colheitas de algumas frutas, como a uva e laranja.

CAFÉ – Os cafeeiros em geral apresentaram bom desenvolvimento e foram beneficiados pelas condições climáticas. Durante o mês de fevereiro a grande maioria estava na fase de frutificação.

OLERÍCOLAS – As hortaliças folhosas cultivadas em céu aberto sofreram com o excesso de chuva registrado em fevereiro.

PASTAGENS – As chuvas abundantes favoreceram as pastagens, as quais apresentaram um excelente desenvolvimento vegetativo.
MANANCIAIS HÍDRICOS – Os rios, represas e córregos registraram níveis acima da normalidade.

Fonte: AEN Foto: IDR Paraná

set195730

O que esperar do mercado da soja?

O clima volta a ser o fator mais acompanhado pelo mercado agora que se aproxima da safra norte-americana. As chances de ocorrer o evento El Niño no mês de junho, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), é de 55%, e o El Niño traz condições mais secas e quentes para os Estados Unidos. Para o Brasil, o evento traz temperaturas mais amenas durante o inverno, uma redução drástica das chuvas no nordeste, e um aumento significativo de chuvas no sul.

Conforne a análise do especialista Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, pelo cenário desenhado em relação à exportação de farelo de soja, espera-se que esse derivado da oleaginosa siga se sustentando em alta, e por consequência dificultando fortes quedas no preço do grão de soja. Com isso, a expectativa é de um mercado trabalhando nos mesmos patamares atuais.

Também haverá a divulgação do relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) na próxima quarta-feira. O relatório possivelmente irá trazer mais uma queda na expectativa de produção argentina, provocada pelas instabilidades climáticas e uma possível redução de expectativa de produção brasileira. Para a moeda norte-americana, o cenário esperado é de alta volatilidade até a divulgação do relatório Payroll (taxa de empregos não agrícolas nos EUA) que será divulgado na próxima sexta-feira (10/03). Questões internas do Brasil tendem a trazer valorização na moeda americana, mas o mercado segue atento a qualquer fator que possa reverter essa tendência de alta.

Diante desses fatores, há uma expectativa de que a soja brasileira tenha uma semana com tendência de alta nas cotações, prevalecendo a alta do dólar e a redução de oferta da Argentina.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

set194944

Mercado brasileiro de milho deve continuar com comercialização travada

O mercado brasileiro de milho deve ter uma quinta-feira de comercialização travada. A oferta no âmbito doméstico teve uma melhora, mas os negócios devem seguir com lentidão. No cenário internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago opera em alta. O dólar, por sua vez, apresenta volatilidade em sua cotação.

O mercado brasileiro de milho registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quarta-feira. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o mercado esteve travado, com indústrias tentando derrubar preços no Sul e Sudeste. “Aparentemente o mercado está um pouco melhor de oferta, mas ainda lento nos negócios”, comenta.

No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 88,00 (compra) a R$ 93,00 (venda) a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 88,00/93,00 a saca.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 82,00/84,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 83,00/85,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 89,00/91,00 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 90,00/91,50 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 78,00/80,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 77,00/R$ 80,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 68,00/73,00 a saca em Rondonópolis.

Chicago

* Os contratos de milho com vencimento em maio de 2023 operam com alta de 4,50 centavos, ou 0,70%, a US$ 6,40 1/4 por bushel.

* Conforme a Agência Reuters, o cereal é sustentado por compras de barganha. As cotações já subiram nesta madrugada no mercado asiático. Além disso, a alta do petróleo também oferece suporte às cotações. Hoje saem as exportações semanais norte-americanas, às 10h30 (horário de Brasília). Analistas esperam vendas entre 500 mil e 1,2 milhão de toneladas.

* Ontem (1) a posição maio de 2023 fechou com alta de 5,50 centavos de dólar por bushel ou 0,87%, cotada a US$ 6,35 3/4 por bushel.

A posição julho de 2023 encerrou cotada a US$ 6,25 por bushel, ganho de 3,50 centavos de dólar por bushel ou 0,56%.

Câmbio

* O dólar comercial registra alta de 0,05% a R$ 5,1950. O Dollar Index registra alta de 0,23% a 104,72 pontos.
Indicadores financeiros

* As principais bolsas da Ásia encerraram em baixa. Xangai, -0,05%. Tóquio, -0,06%.

* As principais bolsas na Europa operam com índices mistos. Paris, + 0,08%. Frankfurt -0,25%. Londres, -0,09%.

* O petróleo opera em alta. Abril do WTI em NY: US$ 78,03 o barril (+0,43%).

Fonte: Agência Safras Foto: Divulgação

set195026

Feijão, por Ibrafe: Volta a calmaria no campo

Depois da valorização é normal que haja a sensação que o “grande prêmio já passou” e, pelo menos nesse momento, sim, passou. É hora, portanto, do produtor ou do cerealista aguardar a volta do empacotador. A onda de reposição dos empacotadores aparentemente aconteceu e agora eles estão tratando de atender o varejo para, somente após isso, voltar ao produtor.

Fonte: Ibrafe Foto: Divulgação

set195150

Setor produtivo do PR encaminha propostas para o plano safra 2023/2024; aumento de recursos e redução de juros estão entre os pleitos

Recursos na ordem de R$ 403 bilhões e redução de juros entre 1 e 3 pontos percentuais, dependendo do programa, estão entre as propostas para a safra 2023/2024 encaminhadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pelas entidades do setor produtivo paranaense, entre elas, o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). As demandas foram levantadas com contribuições dos sindicatos rurais, produtores rurais, cooperativas, assistência técnica e extensão rural.

Outros destaques

O valor solicitado pelo Paraná para a próxima safra representa um aumento de 18,2% em relação ao montante disponibilizado anteriormente pelo governo federal para as linhas de custeio, investimento, comercialização e industrialização. Além disso, as entidades paranaenses estão pedindo o aumento nos limites dos financiamentos de programas como o Pronaf, que beneficia a agricultura familiar, e do Pronampe, os médios produtores, entre outros. Para a subvenção ao seguro rural, o pleito é de liberação de R$ 2,5 bilhões. Além disso, o aumento do limite de cobertura dos atuais R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e por safra no Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária).

Investimentos

“Há uma expectativa de que a produção nacional de grãos atinja os 310 milhões de toneladas na safra 2022/23, apesar de alguns estados estarem sofrendo com problemas de clima, o que demonstra o protagonismo do Brasil na produção de alimentos. Nesse contexto, é fundamental contar com o apoio de políticas públicas que forneçam o adequado suporte ao produtor, sendo que o crédito rural representa um instrumento importante de fomento à produção agropecuária. Esperamos que o governo federal dê uma atenção especial aos recursos destinados aos investimentos, com taxas de juros competitivas. Em nosso entendimento também é necessário manter o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como principal repassador desses recursos, que devem chegar na ponta com agilidade e em condições favoráveis á produção no campo”, afirma o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.

Clique aqui e confira todas as propostas ao plano safra 2023/24 encaminhadas ao Mapa

Fonte: Sistema Ocepar

set195239

Em conjunto com entidades do setor, Paraná apresenta sugestões para o Plano Safra 2023/24

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em conjunto com a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Fetaep) e Organização das Cooperativas (Ocepar), encaminhou nesta segunda-feira (27) documento para o Ministério da Agricultura , com o objetivo de contribuir para a elaboração do Plano Safra 2023/24. A proposta é que sejam liberados R$ 400,3 bilhões para todo o País. No período 2022/23, foram R$ 340,8 bilhões.

A contribuição paranaense, com propostas que envolvem, entre outros itens, investimentos, custeio e comercialização, ocorre todos os anos. “A agropecuária paranaense é uma das mais representativas do Brasil e altamente respeitada também no Exterior. Diante disso, temos a responsabilidade de propor, com propriedade, conhecimento das coisas do campo e participação dos agricultores, o que consideramos mais adequado e justo para o momento”, disse o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara.

“A nossa proposta é agressiva, visando manter e aperfeiçoar a política agrícola. Temos interesse total na continuidade do esforço de crescimento que todo o setor agropecuário brasileiro e, particularmente, paranaense tem se empenhado. Queremos ser cada vez mais competitivos, com vistas ao bem-estar do País e dos nossos agricultores”, acrescentou Ortigara.

O documento apresenta em detalhes o que as entidades representantes dos produtores paranaenses acreditam que seja adequado para promover o reequilíbrio de recursos destinados a custeio, investimentos e comercialização. O objetivo é que cada uma das linhas do Plano Safra 2023/24 não tenha os recursos precocemente esgotados, o que forçaria os produtores rurais, particularmente os familiares, a aplicarem verbas próprias, comprometendo suas rendas e a oferta de alimentos.

Com o intuito de preservar a capacidade de os produtores honrarem todos os compromissos, diante da alta expressiva dos custos de produção, o documento propõe redução em torno de 9% das taxas de juros praticadas no atual ciclo. Também é solicitada a não indexação das taxas a nenhum programa de crédito rural.

“A formulação da política de crédito rural deve prezar pela continuidade de subvencionar atividades, produtores e empreendimentos que gerem externalidades positivas para a sociedade. Dentre essas prioridades, é válido citar o crédito rural para pequenos produtores, em especial da agricultura familiar, e o crédito para investimentos (médios e grandes produtores rurais) que fomentem a adoção de tecnologias, boas práticas agropecuárias e desenvolvimento sustentável, impactando positivamente na imagem da agropecuária no Brasil e no Exterior”, diz o documento.

Algumas propostas

O documento propõe, entre outros itens, que os R$ 400,3 bilhões sejam divididos em R$ 292 bilhões para custeio e comercialização da safra brasileira, dos quais R$ 37 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 45 bilhões para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e R$ 210 bilhões para os demais produtores.

Também é pedida elevação dos limites para custeio das atividades de avicultura, suinocultura e piscicultura, exploradas sob regime de integração, que não sejam classificadas como cooperativa de produção agropecuária, de R$ 240 mil para R$ 300 mil. Consta ainda a proposta de alterar o prazo máximo para reembolso dos créditos de custeio, de 6 meses para 1 ano no financiamento para aquisição de bovinos e bubalinos para engorda em regime de confinamento.

No caso do Pronaf, a proposta é aumentar o volume de recursos destinados ao Custeio e Comercialização dos atuais R$ 21,74 bilhões para R$ 37 bilhões. Para investimentos, propõe-se aumentar de R$ 17,6 bilhões para R$ 30 bilhões e em financiamento, de R$ 250 mil para R$ 300 mil.

No caso do Pronamp, ainda é sugerido aumento de R$ 2,4 milhões para R$ 3 milhões na renda bruta anual de enquadramento, além da elevação de R$ 1,5 milhão para R$ 1,8 milhão no limite de crédito de custeio por beneficiário.

O documento destaca que o setor agropecuário paranaense entende como prioritários alguns programas, como construção e reforma de armazéns (PCA), estruturas de irrigação (Proirriga), inovações tecnológicas (Inovagro) e o Programa ABC+. “Especialmente para esses programas, o setor pleiteia maior volume de recursos, a taxas pré-fixadas, prazos para reembolso superiores aos demais programas e taxas de juros menores”, salienta.

A proposta das entidades que representam os agricultores paranaenses é que o Plano Safra 2023/24 tenha R$ 2,5 bilhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com cronograma de liberação oportuna dos recursos, de acordo com o calendário agrícola. No caso do Proagro, que o limite seja ampliado de R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e por safra. Além disso, propõem que a cobertura seja dada a partir da data de plantio até o término da colheita.

Clima

As propostas paranaenses em relação à melhoria do meio ambiente incluem, entre outras, aumento de R$ 6,1 bilhões para R$ 7,5 bilhões no montante de recursos e de R$ 5 milhões para R$ 6,5 milhões no limite de crédito do Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC).

O documento apresenta, ainda, propostas para o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns, no Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) e Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova-Rural e Industrial), Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap Agro).

Fonte: AEN Foto: Ari Dias

set195364

Brasil perde R$ 2,5 bi por ano com uso de sementes falsas

O uso de sementes clandestinas é um dos principais problemas que afeta a agricultura em todo o Brasil. Por ano, a perda estimada é de R$ 2,5 bilhões. No Paraná, o prejuízo chega a R$ 500 milhões anuais. Os dados são da Associação Brasileira de Produtores de Sementes (Abrasem) e da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes (Apasem).

Os prejuízos são calculados computando os royalties que deixam de ser pagos pela propriedade intelectual aos desenvolvedores de sementes, aos impostos que deixam de ser arrecadados com a comercialização do material e aos prejuízos nas lavouras decorrentes do uso de sementes falsas.

“Quando um agricultor compra uma semente legal, certificada, ele tem garantia, tem acesso ao crédito e ao seguro rural e pode ser ressarcido por eventuais perdas. Já quando compra uma semente pirata, não tem nada disso, é vendida sem nota fiscal e sem nenhuma garantia. A venda é clandestina e o prejuízo é certo”, alerta o diretor executivo da Apasem, Jhony Moller.

Ele explica que a semente para ser produzida precisa seguir normativas do Ministério da Agricultura, que estabelecem, por exemplo, percentual de germinação mínimo de 80% e questões fitossanitárias que asseguram se tratar de um material sadio, livre de pragas e doenças. O material passa por uma série de testes em laboratório para só depois ser certificado.

“Sementes piratas podem custar até menos da metade do preço da legalizada, mas não há nenhuma garantia de germinação. A produtividade da lavoura certamente será menor, sem contar na disseminação de pragas e doenças não apenas na propriedade que está usando o produto falso, como nas lavouras dos vizinhos, já que a semente pirata não passa por nenhum controle sanitário”, alerta Moller.

O diretor executivo da Apasem acrescenta ainda que uma lavoura plantada com semente falsa é menos resistente a pragas, a doenças e a adversidades climáticas, o que acaba demandando o uso de quantidades maiores de inseticidas, pesticidas e fungicidas, por exemplo, encarecendo o custo de produção, além do risco de quebra na safra.

Soja e feijão são lavouras mais visadas

De acordo com dados da Apasem, no Paraná, o uso de sementes falsas acontece em todos os tipos de lavouras, mas a maior incidência é na soja e no feijão. Estima-se que de toda a área plantada com soja no Paraná que é de quase ou 6 milhões de hectares 35% deste montante seja de sementes falsas.

“Não dá pra dizer que, no caso do feijão, é tudo semente pirata. Uma parte importante é, sim, semente clandestina. Mas parte também é semente própria que o agricultor reserva na propriedade para plantar a nova safra, o que é comum nessa lavoura e não se caracteriza como crime. A diferença é que no caso de usar semente própria também não há garantia de um bom rendimento, já que o material não passa por todo o controle”, esclarece Moller.

Rio Grande do Sul é o campeão em uso de sementes clandestinas

De acordo com dados da Abrasem, o estado campeão em uso de sementes falsas é o Rio Grande do Sul, onde apenas em 49% da área cultivada com soja são usadas sementes legais. Nos 51% restantes, as sementes plantadas são clandestinas. Nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso a pirataria ocorre em menor grau.

“Acreditamos que isso se deve à força-tarefa que desenvolvemos todos os anos, com campanha de conscientização junto aos agricultores”, destaca o diretor executivo da Apasem. Mesmo assim, o índice de sementes clandestinas na lavoura paranaense de soja, que é de 35%, ainda é considerado alto. “Precisamos baixar isso e não deixar passar de 5%”, defende.

Legislação aperta o cerco contra a pirataria

A legislação contra a produção, comércio, transporte e uso de sementes clandestinas está mais rigorosa esse ano. Uma nova portaria, 538, do Ministério da Agricultura, entra em vigor em 1º de março com novas regras para uso de sementes em todo o Brasil.

Segundo o diretor da Apasem, a lei anterior previa penalidades para quem produz e comercializa sementes falsas. Com a mudança na legislação, quem compra e planta esse insumo também poderá ser responsabilizado. “Uma das modificações, trazida na nova portaria, está justamente na punição de quem usa ou comercializa semente pirata”, destaca Moller.

Quem for flagrado poderá responder a processo administrativo nas esferas federal ou estadual. Fica, também, sujeito à apreensão do produto irregular e ao pagamento de multas que podem chegar a até 250% do valor comercial desse produto.

Há também sanções judiciais. O infrator poderá ter que reparar danos causados a empresas obtentoras de material genético, se ficar caracterizado o comércio ou uso irregular de sementes protegidas pela Lei de Proteção de Cultivares. Estará sujeito, ainda, a ações movidas por empresas detentoras de biotecnologia, no caso do uso não autorizado de sementes transgênicas e que são protegidos pela Lei de Patentes.

Para alertar os agricultores sobre os riscos financeiros e legais do uso de sementes clandestinas, a Apasem lançou a campanha “Não conte com a Sorte! Produzir, Comercializar, Transportar e Utilizar semente Pirata é Crime”. A campanha foi lançada dentro do Show Rural, em Cascavel, um dos maiores eventos do agronegócio do país.

Fonte: Gazata do Povo/Elvira Fantin Foto: Divulgação

set19488

Adapar divulga plano de ação para monitorar planta daninha exótica

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) elaborou um Plano de Ação com o objetivo de especificar as atividades e prazos de implementação para o monitoramento do Amaranthus palmeri, planta daninha exótica de caruru, de crescimento rápido e extremamente agressiva. O trabalho prevê a união de esforços com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Embrapa Soja.

Não há registro da praga em solo paranaense, mas já foi observada em plantações de vários municípios de Mato Grosso, desde 2015, e, mais recentemente, em Aral Moreira e Naviraí, no Mato Grosso do Sul, o último próximo à divisa com o Paraná. Relatos indicam que uma planta pode produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes. Portanto, com alto potencial de disseminação nos campos de produção agrícola.

“Trata-se de uma espécie com grande capacidade competitiva, que pode levar a perdas significativas de produtividade”, afirma o coordenador do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Cultivos Agrícolas e Florestais da Adapar, Marcílio Martins Araújo. Nas áreas com ocorrência, pode reduzir a produtividade de soja, milho e algodão em valores de 80% a 90%.

Segundo ele, a A. palmeri tem a capacidade de cruzar com outras espécies do gênero Amaranthus, transferindo genes de resistência a herbicidas. “O controle ineficiente pode até mesmo inviabilizar a colheita, aumentando o uso de herbicidas e os custos de produção, com potencial de causar grandes prejuízos para a agricultura paranaense”, alerta.

Metas

Informações constantes do Documento 384 – Caracterização e manejo de Amaranthus palmeri, da Embrapa Soja, apontam que as sementes de A. palmeri podem ser disseminadas, principalmente, por quedas naturais, canais de irrigação, máquinas e equipamentos agrícolas, compostos para adubação e esterco animal, além de pássaros e mamíferos.

As aves podem consumir proporcionalmente grandes quantidades de sementes dessa espécie e apresentam alto potencial para sua disseminação. Já foi registrada dispersão de caruru-palmeri por pombinhas (rolinhas) a mais de 200 quilômetros de distância. Ainda segundo o documento, as sementes não possuem estruturas de adaptação específica à dispersão pelo vento.

O Plano de Ação da Adapar visa reduzir as chances de a praga se desenvolver no Estado e, no caso de ocorrência, ter pré-definido todos os passos do monitoramento e erradicação. Estão previstas diversas metas, entre as quais capacitação de servidores para atuar no monitoramento, realização de análises para definir rotas e áreas com maior risco de introdução da praga no Estado, realização de levantamento de detecção, emissão de alerta aos Postos de Fiscalização do Trânsito Agropecuário para reforçar o controle do trânsito de máquinas e implementos agrícolas, além de capacitação de profissionais da assistência técnica sobre os riscos e ameaças relacionados à A. palmeri.

“É preciso destacar que os produtores rurais também têm papel fundamental nos trabalhos de prevenção da praga”, salienta Juliano Farinazzio Galhardo, coordenador de Sanidade Vegetal na Adapar. “As máquinas e implementos agrícolas devem passar por limpeza completa, sem apresentar solo ou restos de cultura aderidos, para que possam ser transportados de uma propriedade para outra, reduzindo assim o risco de disseminação da praga”.

Comunicação

Além disso, o produtor deve realizar monitoramento na propriedade e, em caso de suspeita de ocorrência de carurus de difícil controle e com disseminação nos campos agrícolas, comunicar imediatamente a Adapar, para que possam ser adotadas as medidas de contenção, supressão ou erradicação do foco, conforme o caso.
O Documento 384, da Embrapa Soja, fornece dados que possibilitam a identificação da praga. “Quanto mais rápida a detecção, menor será a disseminação para outras áreas”, reforça Galhardo. Os casos de suspeita devem ser comunicados por meio do portal da Adapar na Internet, no banner Notificação de Ocorrência Fitossanitária, ou na Unidade Regional de Sanidade Agropecuária (URS), da Adapar, mais próxima do estabelecimento rural.

Fonte e Foto: AEN/Adapar