Indicadores técnicos sinalizam um momento volátil. O mercado tem negociado o clima há algum tempo. Durante a semana passada, os preços do açúcar bruto atingiram a máxima de 4 meses, em 27 USc/lb, devido às perspectivas de deterioração da safra da Índia, enquanto o açúcar branco seguiu esta tendência ultrapassando momentaneamente o nível de 750 USd/t.
Segundo Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint Global Markets, as expectativas de menor disponibilidade oferecem suporte aos contratos futuros e contribuem para a sustentação do prêmio do branco. “No entanto, este recente aumento nos preços poderá durar pouco, à medida que nos aproximamos do vencimento do contrato de outubro”, diz.
“Apesar dos rumores, e sim, nenhuma exportação da Índia poderá vir a ser uma realidade dependendo da decisão do governo, o clima tem mostrado algumas melhorias no país. Regiões como Uttar Pradesh, Gujarat e Tamil Nadu não sofreram tanto como Maharashtra e, recentemente, a previsão de precipitação para setembro melhorou em todo o país. Embora o mercado tenha reagido a todas as notícias que circulam, os preços ainda não refletem uma quebra catastrófica da safra indiana, e nem deveriam”, observa.
Não só na Índia, mas o clima brasileiro também melhorou. Ao contrário do Hemisfério Norte, o clima seco é mais que bem-vindo para acelerar o ritmo de moagem e induzir maior teor de sacarose, segundo a analista. “Considerando os modelos de precipitação GFS e Europeu para o país, devemos esperar chuvas abaixo da média durante o mês de setembro. Portanto, o Brasil continuará sendo o fator de baixa mais forte no curto prazo. Esta tendência poderá oferecer alguma resistência a novos aumentos de preços antes do vencimento, tornando possível compensar parte da alta de médio/longo prazo principalmente para o primeiro contrato”, afirma.
À medida que se aproxima do vencimento de outubro, segundo a analista, pode-se esperar que os seus preços diminuam. “A alta disponibilidade do Brasil e o baixo prêmio do físico em Santos podem indicar uma entrega do país – é claro, se o spread V/H continuar não oferecendo incentivo para carrego. Se os destinos realmente precisassem do adoçante de forma urgente, o prêmio do físico deveria pelo menos corresponder aos 30 pontos do ano passado, mas o açúcar está sendo negociado com um desconto de 30 pontos. Portanto, o mercado não parece tão apertado durante o 3T de 2023, mas espera-se que assim seja a partir do 4T”, diz Lívea.
De acordo com a analista, a estrutura de spread já está precificando esta lógica e, com isso, se pode esperar que o V/H caia ainda mais. “Entretanto, devemos continuar monitorando o clima – como foi dito em muitos relatórios anteriores – para melhor avaliar tanto a escassez da Índia quanto a possibilidade de uma disponibilidade maior do Brasil”, finaliza. “Entretanto, devemos continuar monitorando o clima – como foi dito em muitos relatórios anteriores – para melhor avaliar tanto a escassez da Índia quanto a possibilidade de uma disponibilidade maior do Brasil”, finaliza.
Fonte: Notícias Agrícolas via HEDGEpoint Global Markets Foto: Divulgação
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