A safra de soja 2025/26 no Mercosul deve apresentar avanço na produção, mesmo diante de uma leve retração na área plantada. Segundo dados do informativo mensal da Céleres, divulgados em novembro, a projeção é de que o bloco produza 242,3 milhões de toneladas (MMt) da oleaginosa, um incremento sobre os 240,4 MMt da safra anterior.
A área total semeada na região deve recuar 0,4%, o equivalente a 300 mil hectares. Essa queda é puxada pela Argentina, que deve reduzir 1,3 milhão de hectares. Em contrapartida, o Brasil tende a ampliar em 1 milhão de hectares sua área de soja, sustentando a liderança do país no bloco.
O principal fator por trás do crescimento produtivo é a expectativa de condições climáticas mais favoráveis em relação aos ciclos anteriores. A produtividade média estimada é de 3,4 toneladas por hectare, podendo chegar a 3,7 t/ha no cenário mais otimista.
Com maior oferta e demanda aquecida, as exportações do bloco devem crescer cerca de 5 milhões de toneladas em relação à safra 2024/25. O Brasil permanece como protagonista absoluto, respondendo por 84% das exportações do Mercosul.
A relação estoque/consumo deve se manter estável, saindo de 8,5% para 8,7%, o que indica equilíbrio entre oferta e demanda, sem pressão significativa nos preços.
Apesar desse avanço, o mercado deve seguir pressionado por margens estreitas. A tendência de estabilidade nos preços não garante alívio para o produtor, especialmente no Brasil, onde a cotação está diretamente ligada à taxa de câmbio.
O dólar segue como principal variável de risco para a precificação da soja. Caso haja valorização da moeda local nos próximos meses, produtores podem enfrentar desafios financeiros e operacionais relevantes.
Mesmo assim, o setor projeta capacidade de geração de caixa suficiente para manter os investimentos e a continuidade da expansão operacional.
Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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