6afbd140021649778a93fa5544598ff8_858x483

Algodão inicia outubro em queda com pressão da exportação e recuo nas bolsas internacionais

Os preços do algodão em pluma começaram outubro em forte queda, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo o instituto, a paridade de exportação atingiu o menor valor nominal desde dezembro de 2020, o que exerceu pressão direta sobre as cotações no mercado doméstico.

No dia 3 de outubro, a cotação interna do algodão registrou o menor nível em mais de dois anos, reflexo de um cenário global de estoques elevados e de uma desvalorização do dólar, que chegou ao menor patamar desde meados de 2024. Esse movimento reduziu a competitividade das exportações brasileiras, impactando os preços internos.

Além disso, a entrada gradativa da colheita recorde no mercado spot aumentou a oferta disponível. Parte dos vendedores tem optado por reduzir os preços para garantir liquidez, seja para gerar caixa ou para liquidar estoques específicos. No entanto, a demanda permanece retraída, o que mantém o mercado sob pressão, segundo os analistas do Cepea.

Bolsas internacionais também registram desvalorização

No cenário externo, o mercado futuro do algodão na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) encerrou a terça-feira com baixas generalizadas. A valorização do dólar frente a outras moedas contribuiu para a queda das cotações da pluma no mercado internacional.

O comportamento instável do petróleo também dificultou a recuperação dos preços, já que parte da cadeia têxtil utiliza derivados do óleo. Além disso, baixas em mercados agrícolas vizinhos, como café, açúcar, suco de laranja e cacau, ampliaram o pessimismo dos investidores.

Os contratos de dezembro de 2025 fecharam cotados a 64,46 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,0%. Já os contratos de março de 2026 encerraram o dia a 66,38 centavos, também com recuo de 1,0%.

Expectativas para o mercado

Analistas apontam que, nas próximas semanas, o comportamento do dólar e o ritmo das exportações brasileiras devem ser determinantes para o direcionamento das cotações. Caso a moeda americana volte a subir, pode haver recuperação gradual dos preços internos, especialmente se a demanda externa reagir.

Enquanto isso, o mercado doméstico segue atento à liquidez reduzida e à pressão dos estoques, fatores que devem continuar influenciando as negociações no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Tags: No tags

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *