set197740

IDR-Paraná lança cultivar de feijão carioca que possibilita maior tempo de armazenamento

Uma nova cultivar de feijão, IPR Águia, já está pronta para dominar os campos paranaenses. Ela foi apresentada nesta terça-feira (21) no Polo de Pesquisa e Inovação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A IPR Águia, que tem como principal atrativo comercial a resistência ao escurecimento dos grãos, o que possibilita maior tempo de armazenamento, vem se somar a outras 10 cultivares atualmente com sementes disponíveis no mercado e cultivadas em todas as regiões produtoras no Brasil.

De acordo com os pesquisadores, leva cerca de nove meses até que os grãos de IPR Águia comecem a ficar com aquele aspecto oxidado que desagrada o brasileiro consumidor de feijão. Esse atributo, uma reivindicação de toda a cadeia produtiva, é particularmente importante para os agricultores, pois possibilita estocar a produção e ganhar mais autonomia para decidir sobre a venda, de acordo com o engenheiro-agrônomo José dos Santos Neto, que trabalhou no desenvolvimento da nova cultivar.

A IPR Águia tem ciclo de 88 dias, potencial produtivo em torno 4,8 toneladas por hectare e porte ereto, o que favorece a colheita mecânica direta. No aspecto fitossanitário, é resistente à ferrugem, oídio e mosaico comum; e moderadamente resistente à antracnose, crestamento bacteriano comum, murcha de curtobacterium e mancha angular. Com alto teor de proteínas, os grãos de IPR Águia têm cozimento rápido, com caldo consistente e saboroso.

“IPR Águia é uma cultivar que propicia segurança para o produtor, qualidade para a indústria e, ainda, cozimento rápido e sabor para o consumidor”, afirmou Santos Neto. A nova cultivar é adaptada aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso.

Presente na solenidade, o vice-governador Darci Piana destacou o trabalho de desenvolvimento de novas tecnologias para a agropecuária e lembrou que o Paraná é o principal produtor de feijão no País. Ano passado, foram produzidas 758 mil toneladas. Para este ano, a previsão é de algo em torno de 793 mil toneladas. As cultivares do IDR-Paraná são adotadas por produtores de todas as regiões. Na safra do ano passado, 63% dos campos de multiplicação de sementes de feijão preto e 14% de carioca no Brasil foram cultivares IPR.

“A pesquisa aplicada feita no IDR-Paraná está justificando os investimentos na área, que é essencial para a nossa economia”, apontou. “O trabalho incansável desses pesquisadores, que têm horas, dias, noites e anos buscando o equilíbrio nesse processo, resulta em um produto muito bom, com boa qualidade, com boa venda e que alimente nosso povo”.

Já o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, enfatizou que o escurecimento lento chega para beneficiar o produtor. “É do estilo dos grãos rajados ganhar uma cara de velho mais rápido, o que põe no produtor a pressão de vender tão logo colha”, explicou. “Agora precisamos cada vez mais focar naquilo que é competência individual e, no conjunto do time, entregar para a sociedade novos resultados”.

“Feijão é uma cultura importante para os pequenos produtores e para o Paraná. Sempre é um momento de alegria entregar para a sociedade um produto que contribui para a renda dos agricultores e para a economia”, resumiu o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza.

Fonte: AEN Foto: Evandro Fadel/Seab

Tags: No tags

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *