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Argentina almeja 16,2 milhões de toneladas de trigo em 2023/24

As primeiras estimativas para a safra argentina de trigo 2023/24 falam de uma produção de 16,2 milhões de toneladas (GEA – BCR). A recuperação entre safras é de 40%, mas representa a segunda menor produção em 8 anos.

As chuvas da segunda quinzena de maio impediram a semeadura da nova campanha de trigo, e o que inicialmente parecia ser uma queda abrupta de área entre as campanhas, agora se projeta uma queda próxima a 5%. Assim, com projeção de plantio de 5,6 milhões de hectares e expectativa de recuperação da produtividade, a estimativa de produção situar-se-ia em 16,2 milhões de toneladas.

– As exportações podem chegar a 9,5 milhões de toneladas na safra 2023/24, 120% acima da campanha atual.

– Internacional: O WASDE acrescentou mais 10 milhões de toneladas ao balanço global e os estoques cresceriam pela primeira vez em quatro anos.

A colheita do trigo de inverno começa timidamente a crescer em vários países do hemisfério norte, e em outros espera-se que a debulha se generalize a curto prazo. As perspectivas de produção são muito boas em vários dos principais players do mundo.

No Canadá, a safra estará muito próxima de bater o recorde histórico do país. A União Européia, com tendências díspares dentro do território, se prepara para realizar sua maior safra de trigo em 8 anos. A Rússia não poderia a priori manter sua monstruosa produção de 92 milhões de toneladas em 2022/23, mas poderá ter sua terceira maior safra de trigo da história, somada ao fato de que terá uma grande passagem de estoques que resultará em um saldo exportável ainda maior do que a campanha anterior. A China, principal produtor e importador mundial, ainda que se especule que as chuvas abundantes nas regiões produtoras do sul possam ter prejudicado a qualidade do grão em uma área considerável, também almeja fechar a maior produção de sua história.

Do lado da oferta, pelo menos no curto prazo, o mercado enxerga um mundo com boa disponibilidade do grão, o que inclusive minimiza a importância das vicissitudes do corredor de exportação do Mar Negro, e a possibilidade levantada pelo presidente da Rússia de não renovar o acordo após 17 de julho. A Ucrânia, mesmo supondo que esses portos continuarão funcionando, deverá representar apenas 5% do comércio mundial de trigo nesta temporada, menos da metade da fatia que representava antes do conflito.

No último relatório WASDE do Departamento de Agricultura dos EUA, 10 milhões de toneladas adicionais foram adicionadas ao balanço global, revisando para cima suas estimativas de produção para Rússia, Ucrânia, Índia e UE. O mundo se prepara para ultrapassar, pela primeira vez na história, 800 milhões de toneladas de produção. Isto altera, naturalmente, o balanço do cereal a nível mundial: o crescimento da produção acima das necessidades de consumo, permite prever uma recuperação dos stocks finais a nível mundial pela primeira vez em quatro anos.

Fonte: Mais Soja via Bolsa de Cereais de Rosário – Argentina Foto: Divulgação

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